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Botando a cara no sol

Durante os dois últimos anos, fiquei nas sombras. Abandonei meus trabalhos, meus escritos e me dediquei a arte de ser inútil. A melosa princesinha de contos de fada, esperando seu príncipe encantado. Eu me falei por diversas vezes: "Cara, para de ser trouxa". É claro que as batidas do coração saem mais altas que nossos próprios pensamentos. Eles tentam se infiltrar ali, ganhar espaço, mas o coração é quem fala mais alto. Muitas coisas são assim: não precisa ter bons argumentos ou ser convincente, só o que importa é a altura da voz.


Mas eu também sei falar alto quando quero. Sei me impor e intimidar.


"Siga seu coração", meu coração nunca me disse para onde seguir. Ele é mais confuso que eu (o que não é pouca coisa). Por dois anos eu o ouvi. Ou achei que estava ouvindo. Só o que me restou foram meus poemas, lembranças desse passado que quero distante.


Minha mente e minha sanidade acabaram prevalecendo. Não sei se foi O Mundo de Sofia ou Quebrando o Tabu, mas resolvi radicalizar. Foi só depois de muitos textões que percebi que ninguém é metade de ninguém. Só nos sentimos pela metade porque não buscamos lutar, escrever (ou seja lá o que você queira fazer nessa vida) e não temos noção que não precisamos de ninguém. Só sendo inteiro que, adivinha, você vai se sentir inteiro. E, talvez (frise o talvez), você tá lá envolvido em coisas que te fazem bem e aí você esbarra (não literalmente, ou talvez sim, sei lá) com alguém legal e, quem sabe, vai que... seja alguém com quem você queira ficar o resto da vida. Ou não. Você não precisa ser necessariamente monogâmico, ou ter que achar alguém.


Aliás, tem tanta coisa mais importante que arranjar marido (ou esposa). Tipo sua felicidade sendo inteiro. Ou as crianças pobres na África, ou aqui no Brasil, aí na sua rua mesmo. Aquele morador de rua que você passou e fingiu que não viu. A miséria, a fome, o egoísmo, as guerras...


Eu sei, dar lição de moral em um texto em que eu deveria dar lição de moral para mim mesma não rola. Pensando bem, vamos lá! Foram dois anos perdidos, e agora devo recompensá-los saindo das sombras e voltando para a luz, botar a cara no sol e fazer [a única coisa] que sei (embora não muito bem), que é escrever.


Se isso serve para alguma coisa? Para J.K. Rowling serviu para fazer fortuna, para muitos serve como terapia e, pra mim, serve para tentar mudar o mundo. Ou as pessoas. Esse texto talvez não vá revolucionar o planeta, mas vai que uma mina olha assim [o texto] e fala: "Cansei desse relacionamento abusivo, eu sou mais eu".


Uau, Clarice, tu viaja legal.



Depois desse texto meio introdutório, eu os convido a acompanhar a página e vir aprender [junto] comigo. Porque livros/textos/palavras não mudam o mundo. Eles mudam as pessoas. E as pessoas mudam o mundo :)


Chega de se esconder. É hora de escrever!


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Vida de procrastinador, escrever, procrastinar
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